quinta-feira, 5 de junho de 2014

Nem só de Descrédito Vive um País

Acaba de ser aprovada a Lei Antifumo, que entrará em vigor no mês de dezembro. Ela vem proibir que se fume em locais públicos fechados e, até mesmo os fumódromos serão desautorizados a continuar em funcionamento. Não será permitido também fumar debaixo de marquises, pontos de ônibus e toldos.

É bom ver que coisas concretamente válidas também são feitas no congresso através do seu corpo de membros. Leis como esta fazem o povo se sentir notado e alvo da preocupação dos deputados e senadores eleitos, por mais utópico que isso soe. Vez ou outra, digamos que eles "dão uma dentro".

A Lei Antifumo já deveria ter sido aprovada há muito tempo, antes de o tabagismo passivo se tornar a terceira maior causa de morte evitável no mundo. Ora, quem quer se matar não enfrenta grandes obstáculos, especialmente quando se trata do cigarro: o filho de quem quer que seja pode ir à esquina e adquirir para seu pai ou mãe (ou para si, se já completou seus quinze, dezesseis anos e já aprendeu essa forma pateticamente ignorante de "tirar onda" em alguma festinha). Em contrapartida, o governo demorou muito para pensar no outro lado da questão: aquelas pessoas que não são adeptas a tal vício, mas que, ainda assim, sofrem os danos dele.

Me lembro de, várias vezes, ter me sentado em ponto de ônibus (com ou sem marquise) e ter tido a oportunidade de assistir a cara de pau de um desses indivíduos (os ativos, não os passivos) em ascender um cigarro ao meu lado, sentado ao meu lado e próximo a muitas outras pessoas que estavam em pé em redor. É o ápice do desrespeito e do desprezo pelo outro. Entrar em detalhes sobre o mal cheiro da fumaça e o quanto ela incomoda é desnecessário. Isso, sem contar aqueles momentos em que estamos a sós com alguém que, bem como nós, não está fumando e de repente, "do nada", aquela "fragrância fedorenta" alcança nosso olfato... O fim da história é que, ao girarmos a cabeça para descobrir de onde veio, encontramos alguém que mal podemos enxergar direito, dada a grande distância, com um cigarro aceso na mão. A fumaça dessa droga tem um poder de expansão sem igual!

Enfim, investigação de improbidade administrativa à parte, nosso médico/ministro Arthur Chioro, mandou bem.

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