Participando
de um festival literário que homenageou Cecília Meireles, me identifiquei com um grupo de escritores que
compuseram uma banca, a fim de compartilhar suas experiências profissionais.
Embora
escrever seja sim, a carreira profissional de cada um deles, em nenhum momento,
o estilo de cada fala ou ainda, o tom utilizado em suas narrativas foi
técnico, científico, de cunho econômico, etc. Ao contrário, quando me dei
conta, enquanto os ouvia, eu estava em outros lugares, como se fosse outra
dimensão. Isso porque, ao relatarem sua infância, primeiro como ouvintes de
histórias, depois, como leitores e por fim, escritores, fui, por cada um deles,
levada a vivenciar de uma forma quase palpável, cada uma de suas experiências.
A
leitura, ou poderia dizer, o campo literário tem esse poder: o de nos fazer
transcender, ir além do lugar físico que estamos ocupando e visitar qualquer
lugar do mundo.
Uma fala
extremamente importante não foi negligenciada, a de que a leitura forma pessoas
críticas e bem articuladas. De fato, através dela, aprendemos a falar melhor e
a defender melhor nossas filosofias de vida, nossos valores e princípios. Além
do prazer e sensação de liberdade que a leitura nos traz, ela é fonte de
informação, crescimento e desenvolvimento intelectual.
Se a
sociedade atual se caracterizasse pelo gosto à leitura, a condição social, política
e econômica do país não estariam tão mal. Certamente, a prática da leitura
forma pensadores, cidadãos reflexivos, questionadores e com sede de
conhecimento; já que, quanto mais sabemos, maior é nosso interesse em continuar
aprendendo e descobrindo o mundo e suas diversas culturas, pelas páginas de um
bom livro.
Talvez, as mudanças e reformas políticas, sociais e até religiosas pelas
quais a população vem, há alguns anos, clamando, pudessem ser realizadas por
essa mesma população, de forma coerente e pacífica, caso ela se tornasse uma exímia
leitora. Autônoma, portanto, em seus conhecimentos.