segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Legalização do Bom Senso

Sou pedagoga.

Escolhi a pedagogia, não simplesmente por reunir os atributos necessários para executar tal função com excelência ou pelo apreço e interesse que possuo no que tange ao desenvolvimento cognitivo infantil. Ou seja, não por motivo de carreira somente. Escolhi a pedagogia, acima de tudo, porque acredito na educação.

Acredito que a educação é o instrumento que tem o poder de sanar, não alguns, mas TODOS os problemas sociais que o Brasil, há tantas décadas, vem amargando. Utópico? Talvez. Mas sigo acreditando.

De uma forma geral, posso dizer que não acredito em políticos, não acredito em política, não acredito em todas as igrejas que tem o nome de cristãs, apesar de ser cristã, já há oito anos; também não acredito em todos os líderes que estão à frente das igrejas cristãs ou chamadas cristãs, não acredito em todas as ONGs... Enfim. Crer, nesses tais, tempos modernos, é realmente um desafio.

Mas eu creio na educação.

Vivemos num tempo em que podemos observar e constatar: o mundo passou por mudanças e avançou de forma extremamente significativa e válida. No âmbito da tecnologia da informação e medicina, não há o que contestar. Mas, e quanto a condição humana, quantos avanços podemos contar nela dos chamados tempos antigos até hoje, no empolgante  século XXI?

As pessoas tem se deixado levar pelo passar dos anos como quem se deixa, de fato, ser levado. Sua consciência, seus princípios, suas crenças e valores tem se esvaído junto com o tempo. Sim, porque, vício é vício em qualquer tempo, em qualquer época, em qualquer era. A dependência química é maléfica em qualquer tempo, em qualquer época, em qualquer era. Fins medicinais? Ainda não assisti a manifestações de médicos em prol da legalização da tal ‘plantinha’ natural. E, caso aconteça, não penso que tal reivindicação, juntamente com as motivações da classe de “doutores” dariam suporte para que ela fosse consumida de forma aleatória e frequente por qualquer pessoa maior de dezoito anos e que seja integrante da classe média alta.

Digo, será que quem está lutando para que ela seja liberada, está se lembrando do valor dos impostos que são cobrados neste país, até no pãozinho da padaria? Quanto mais num cigarro de maconha. Quanto não passará a valer nos bolsos dos usuários, esse vício? Os menos favorecidos, economicamente falando, podem começar a planejar furtos de pequeno e grande porte, se quiserem manter sua cabeça “feita”.

Há discussões das quais jamais pensei ser  informada, como sendo concretas dentro das paredes do congresso nacional. Jamais! Estão impondo (e muito!) vontades, impulsos e ideologias pessoais, aos princípios de todos. Quando se fala em legalizar algo, há que se pontuar toda a sociedade, até mesmo as gerações futuras de tal sociedade. Uma vez que o que se decide hoje, perdura por muitos e muitos anos. Exemplos na nossa história não faltam.

Mas então, de repente se mostra tão normal que se pense na liberação do uso, do fumo de uma droga que causa dependência química/psicológica e ainda, de repente ignora-se seus malefícios, com o simples argumento de que ela é natural.


Tão natural como a combustão causada pelo álcool em contato com uma faísca: naturalmente danoso.