quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

É realmente, natural?

Recentemente assisti a um vídeo do vlogger Felipe Neto, entrevistando uma ex-BBB, que aparentemente, exercia (ou exerce) uma profissão de nome "cam girl". Segundo descrição do próprio entrevistador, essa atividade consiste em receber dinheiro para fazer apresentações sensuais ao vivo, através de web cam. 

Pois bem.

Logo no início do referido vídeo, a ex-BBB é questionada sobre preconceito acerca do que escolheu como meio de ganhar dinheiro, como é vista pela sociedade, enfim... Obviamente, ela dá respostas pouco surpreendentes: é extremamente mal vista pela sociedade em geral. Nem vale a pena aqui, especificar os nomes com os quais ela é rotulada e a imagem que passa, por exercer tal "ofício".

Em seguida, Felipe Neto justifica a visão de quem "torce o nariz" para o estilo de vida da moça, dizendo que "todo mundo tem dentro de si resquício dessa criação cristã, que parte muito da moralidade e dos bons costumes, etc.". Nesse ponto, faço minha primeira intervenção pessoal: tanto melhor seriam os noticiários, as manchetes da mídia falada/escrita e o próprio pós-modernismo como um todo se, ao invés de apenas resquícios da criação cristã, tivéssemos a própria lei de Cristo cravada em nossos corações. Esse Cristo e essa fé, que nada têm de machistas, como o entrevistador do vídeo em questão, erroneamente descreveu nos segundos seguintes à fala citada acima. Onde está o machismo num Deus que pune o rei de uma nação por ele ter adulterado? Onde está o machismo na postura de Cristo quando Este, defende uma mulher apanhada em flagrante adultério, que estava prestes a ser apedrejada em praça pública, desafiando, em suas palavras de defesa, os que achavam nela motivos para a condenar? E quanto ao diálogo com a mulher samaritana no poço?... Jesus a ouviu, a consolou e ofereceu a ela exatamente o que ela precisava: vida plena.

Enfim...

É a velha história de não cristãos falando de fé cristã, sem nunca terem tido uma experiência DE FATO, com o autor e consumador dessa fé: Cristo.

Mas as contradições na dada entrevista, não param por aqui.
Depois de muitas defesas à "liberdade" da mulher (chamando aqui de liberdade, expor a imagem de forma sensual ou sexual, por dinheiro. O que, na minha visão, soa muito mais como subserviência, do que como liberdade. Nesse texto, me refiro ao mesmo Felipe Neto, que em outro dos seus vídeos, critica VEEMENTEMENTE o fato de pessoas famosas receberem dinheiro pra "fazer presença" em festas. Só "ficar" nas festas, nada além, e ganhar dinheiro pra isso. Mas uma mulher se exibir sem roupa na frente de uma web cam, por dinheiro, é a revolução feminina e "viva!"), ainda antes dos cinco minutos, o resquício cristão que habita Felipe Neto, vem à tona... Ele afirma que teria dificuldade em se relacionar com uma atriz de filme pornô. 

Não teria ficado engraçado se, minutos antes, o entrevistador não tivesse dito em tom de protesto:"Há uma coisa na sociedade de diminuir a mulher que opta ou por ser atriz pornô ou cam girl [...] essas mulheres são marginais, ou seja, elas estão à margem da sociedade. Elas não podem ser incluídas num jantar de família...". Quer dizer: "que absurdo o que fazem com essas mulheres, não podem  nem fazer parte de um jantar de família!!! Mas eu não me casaria com elas" [rs].

Entrevistador e entrevistada fazem menção do [mau] uso do "mas" nas falas da sociedade hipócrita e preconceituosa, segundo a concepção deles. Pelo visto, Felipe Neto é mais uma peça nesse tabuleiro.

Concluindo, fica difícil saber até onde determinadas escolhas tidas como polêmicas diante do contexto social em que vivemos, são realmente naturais, para esses que pregam e apoiam o feminismo, a revolução da mulher, a crucificação dos preceitos bíblicos, enfim. Ora, ou se aceita a nudez, a devassidão, a legalização das drogas e da prostituição e rotula todo o coletivo social de machistas, homofóbicos, ditadores, moralistas, ou então, não. Mas se aceita, veste a camisa!

Se é natural, se deve ser visto com bons olhos, ergue a cabeça, entra pela igreja de mãos dadas com uma dessas "revolucionistas" e responda "sim".

Acontece, que não é natural. Nunca vai ser natural alguém vender seu corpo pra sexo ou sua imagem para estimular alguém sexualmente. Isso não tem qualquer relação com liberdade ou ainda, é impossível que um estilo de vida como esse traga algum benefício, a longo prazo, para quem é adepto a ele.

Eu poderia falar a respeito da definição do termo preconceito, que de tão banalizado, até pessoas inteligentes andam usando equivocadamente. Poderia citar mais passagens bíblicas pra reafirmar que o cristianismo nada tem de incoerente ou moralista, que na verdade, é esse o evangelho que tem o poder de sanar os males da sociedade. Também poderia me enveredar para o campo da legislação, acerca da prostituição, liberdade de imprensa, enfim.

Mas não é necessário me aprofundar tanto pra responder ao título: realmente, NÃO é natural.